Você sabia que a gestão ambiental é uma das áreas socioeconômicas que mais têm se desenvolvido?
Isso porque o consumo não sustentável dos recursos naturais está causando estragos cada vez mais irreparáveis, atingindo o estopim em julho de 2019.
De acordo com Global Footprint Network (GFN), desde essa data, a humanidade tem consumido mais recursos do meio ambiente do que o que a Terra é capaz de regenerar.
“O motivo deste processo de degradação do planeta é nosso atual padrão de consumo, que exige uma quantidade maior de recursos do que a natureza consegue oferecer”, afirma representantes da Global Footprint Network.
Na construção civil, algumas estratégias estão sendo adotadas para transformar o canteiro de obras um lugar mais sustentável.
Portanto, tornar o arquiteto ou chefe responsável pelas edificações ainda mais consciente e atento às demandas e obrigações eco-friendly, como o licenciamento ambiental.
Até porque um dos princípios da sustentabilidade e do desenvolvimento ambiental é a economia e a lucratividade de um negócio em harmonia com o equilíbrio de ecossistemas.
Para você ficar por dentro do assunto e saber como administrar seus projetos de modo sustentável, construímos o Guia Definitivo: tudo o que você precisa saber sobre gestão ambiental.
Aqui você verá os seguintes aspectos:
- O que é gestão ambiental;
- Como funciona a gestão ambiental na prática;
- Benefícios da gestão ambiental para a construção civil;
- Qual a sua importância nas empresas;
- Principais leis e órgãos que regulam a gestão ambiental no Brasil;
- Quais são os dispositivos de fiscalização e os principais mecanismos de gestão ambiental?;
- O que é licenciamento ambiental?;
- Quais as principais certificações ambientais da engenharia civil?;
- Principais tendências ecológicas e exemplos de construção civil;
- e ainda, três dicas valiosas de gestão ambiental para tornar um canteiro de obras sustentável.
Confira!
O que é gestão ambiental?
Gestão ambiental é a faceta do conhecimento que abrange as relações estabelecidas entre o ser humano e o meio ambiente, a fim de tornar o manejo dos recursos naturais mais sustentável.
Portanto visa amenizar os impactos ambientais gerados a partir da exploração dos mais diversos setores de Indústria.
Além disso, gestão ambiental também pode ser compreendida como um conjunto de boas práticas nas atividades socioeconômicas, visando contribuir com o desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável.
Assim, a gestão ambiental tem três grandes frentes: econômica, social e ambiental.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define a gestão ambiental como parte do sistema de administração de uma estrutura organizacional.
Portanto, engloba práticas, processos, responsabilidades, procedimentos, elaboração, revisão e manutenção da política ambiental de uma empresa.
O objetivo é tornar as atividades econômicas ecologicamente mais amigáveis.
Por isso a gestão ambiental é considerada o campo do estudo que administra a prática das atividades socioeconômicas, tendo como objetivo o desenvolvimento de uma engenharia sustentável.
Como tudo começou?
A atenção do mundo se voltou para o impacto ambiental que os moldes de produção estavam causando na década de 1970.
Foi quando um grupo de cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) publicou um estudo alarmante.
O Clube de Roma – como era conhecido o grupo – elaborou um relatório com o nome “Limites do Crescimento”.
Ele apontava o esgotamento dos recursos naturais, tendo em vista a projeção do crescimento populacional e o modo como o ser humano estava se relacionando com o meio ambiente.
Depois dessa publicação, em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) convocou representantes de 115 países e outras 400 instituições não governamentais para acordar novas diretrizes de produção.
Essa foi a primeira tentativa oficial e internacional de interromper os danos causados pela má gestão ambiental e instituir um desenvolvimento sustentável.
A partir dessa reunião, foi instituída a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, com 26 princípios de respeito à natureza e à vida humana.
“Os recursos naturais da terra, incluídos o ar, a água, a terra, a flora a fauna e, especialmente, amostras representativas dos ecossistemas naturais, devem ser preservados em benefício das gerações presentes e futuras, mediante uma cuidadosa planificação ou ordenamento.”
(2º Princípio da Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano)
Com isso em mente, entenda:
O que é Sistema de Gestão Ambiental?
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é uma estrutura organizacional ou conjunto de processos de administração que contribui com a elaboração de novos moldes de produção sustentáveis e com a fiscalização das ações que já são adotadas pelas empresas, em relação às práticas de gestão ambiental.
Na imagem abaixo é possível compreender as etapas fundamentais que compõem o ciclo do Sistema de Gestão Ambiental.
Na engenharia civil ou em prol da instituição de um projeto de urbanismo sustentável, devem integrar o cronograma de obras:
Desse modo, vale destacar as principais funcionalidades do SGA:
- Identificar e conhecer o que precisa ser realizado para garantir o comprometimento com o SGA, instituindo uma política ambiental que respeite os moldes do negócio;
- Construir um plano de práticas voltadas para o atendimento dos requisitos que compõem a política ambiental;
- Garantir as condições necessárias para o cumprimento de metas ambientais e objetivos, além de prover e implementar as ferramentas para que isso seja possível;
- Avaliar periodicamente os aspectos quali-quantitativos de conformidade ambiental da empresa; e
- Revisar e aperfeiçoar a política ambiental, os objetivos, as metas e as ações implementadas para assegurar a melhoria contínua do desempenho ambiental da empresa.
Tais funções do SGA atribuem um grau de relevância muito grande aos seus mecanismos, além de trazer múltiplos benefícios, assim revolucionando a construção civil e contribuindo com a elaboração de projetos incríveis.
Como funciona a gestão ambiental na prática?
Na prática, a gestão ambiental funciona em três principais frentes:
- Gestão de resíduos de sólidos;
- Elaboração de soluções sustentáveis e econômicas; e
- Redução de despesas fixas.
Dessa maneira, fica mais fácil de compreender a sua importância.
Qual a importância da gestão ambiental nas empresas?
A importância da gestão ambiental nas empresas é:
- Gerar economia e redução de custos de modo sustentável;
- Evitar acidentes e catástrofes;
- Imagem da empresa atrelada a sustentabilidade; e
- Criar e manter estratégias de manejo consciente dos recursos naturais.
Por isso, entenda:
#1 Economia e redução de custos
Uma das principais premissas da gestão ambiental é a reutilização de materiais, o consumo racional de matéria-prima e a criação de ciclos de vida para objetos ou produtos.
Esses moldes são grandes geradores de economia para empresas, pois evitam desperdício e diminuem os custos que são destinados para aquisição de novos equipamentos, como máquinas para construção, no ramo da Engenharia Civil.
#2 Diminuição de transtornos e acidentes
Uma das maiores importâncias de se adotar práticas de gestão ambiental em empresas é que seus mecanismos previnem acidentes, transtornos e desastres.
Assim, temos como exemplo a tragédia de Brumadinho ou o vazamento de óleo nas praias do nordeste do Brasil.
Tragédias como essas costumam acarretar danos imensuráveis, não apenas para a natureza (a partir da destruição de ecossistemas inteiros) como também para o próprio ser humano.
É por isso que cada vez mais setores, como Engenharia e Construção Civil, têm incorporado investimentos relacionados a uma boa gestão ambiental.
Afinal, essa é uma das maneiras mais eficientes de proporcionar segurança do trabalho no canteiro de obras.
#3 Imagem da empresa atrelada a sustentabilidade
Atualmente, a consciência ambiental é um conceito muito importante para empresas e para pessoas.
Isso influencia indireta e diretamente os hábitos de consumo e aquilo que seu cliente entende como prioridade.
Dessa forma, adotar práticas de gestão ambiental de qualidade gera muito valor em torno do seu negócio diante de seu público consumidor.
#4 Estratégias sustentáveis
O principal objetivo da gestão ambiental é justamente harmonizar os interesses ou necessidades do mercado – e os hábitos de consumo das pessoas – com a preservação ambiental.
Nesse sentido, a gestão ambiental apresenta suma importância para a manutenção e criação de mecanismos e estratégias de fiscalização e segurança ambiental.
Esses mecanismos adotados pelas empresas são regidos a partir de normas e dispositivos legais de fiscalização e controle, de proporção nacional ou internacional.
Assim, outra relevância da gestão ambiental nas empresas é inspirar a criação e a adaptação de leis ou instrumentos de fiscalização.
Por isso, para compreender o funcionamento do SGA no Brasil, é preciso ter conhecimento da legislação que rege as práticas ambientais nas empresas de urbanismo e na construção civil.
Como a legislação rege a gestão ambiental?
A legislação brasileira rege a gestão ambiental a partir da instituição de medidas protetivas, que integram a Política Nacional do Meio Ambiente. Sua principal funcionalidade é:
- respeitar e proteger a fauna, a flora e os recursos hídricos;
- estabelecer uma educação ambiental,
- apurar e penalizar responsáveis por crimes e infrações administrativas e ambientais em projetos;
- estabelecer unidades de conservação de patrimônio genético, proteção;
- promover acesso ao conhecimento tradicional associado; e
- gerir repartição de benefícios e organismos geneticamente modificados.
Quais os principais órgãos públicos que regulamentam a gestão ambiental no Brasil?
Os principais órgãos ambientais que regulamentam e fiscalizam a legislação de gestão ambiental no Brasil são:
- Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama);
- Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama);
- Ministério do Meio Ambiente; e
- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
Entenda as especificidades de cada uma deles:
Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama)
O Sisnama é uma estrutura federal que abarca os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público.
Sendo, portanto, uma rede de órgãos e instituições ambientais.
O seu surgimento está ligado à necessidade de estabelecer uma rede de agências oficiais do governo que garantisse e consolidasse a implementação da Política Ambiental no Brasil.
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é o órgão responsável por assessorar o governo em técnicas normativas a respeito da preservação do meio ambiente.
Dessa forma, práticas como a exploração de recursos ou petições de licenças para outras atividades devem ser avaliadas por meio de políticas estabelecidas pelo Conama, a fim de combater a poluição e a degradação do meio ambiente.
Segundo o art. 4º do Decreto 99.274/90, o Conama é formado por:
- Plenário;
- Câmara Especial Recursal;
- Comitê de Integração de Políticas Ambientais;
- Câmaras Técnicas;
- Grupos de Trabalho; e
- Grupos Assessores.
O órgão é gerido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem por função examinar, relatar e avaliar as ações referentes às atividades ambientais de uma empresa.
Ministério do Meio Ambiente
O Ministério do Meio Ambiente (MMA), criado em 1992, tem como principal função conhecer, proteger e defender a conservação da natureza.
Além disso, destacam-se também as seguintes competências:
- a política nacional referente ao meio ambiente e aos recursos hídricos;
- a política de conservação, preservação e manejo sustentável dos recursos presentes nos ecossistemas, nas florestas e na biodiversidade;
- a proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos econômicos e sociais para a melhoria da qualidade ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais;
- políticas para harmonização da produção e do meio ambiente;
- políticas e instituição de programas ambientais para a Amazônia Legal; e
- delimitação das zonas em que podem ser realizadas atividades ecológico-econômicas.
Ibama
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, conhecido popularmente como Ibama, é o órgão federal encarregado de fiscalizar a execução das Políticas Nacionais do Meio Ambiente.
Em cada estado do Brasil existe um órgão regido pelo Ibama para a fiscalização da execução das PNMA pelas empresas.
Para ficar claro qual o papel desse órgão federal na implicação das leis ambientais, podemos citar o caso do desastre em Mariana.
Essa tragédia causada pelo despejo ilícito de rejeitos de mineração na barragem de Fundão pela empresa Samarco ocasionou 18 mortes e a devastação de hectares de vegetação e da moradia de centenas de pessoas.
A interferência do Ibama no caso foi fundamental: o órgão julgou e condenou a empresa, que foi obrigada a pagar aproximadamente R$ 300 milhões em indenizações.
A Samarco possui o licenciamento ambiental, porém não cumpriu suas diretrizes e restrições da maneira correta, o que é considerado, além de um ato de irresponsabilidade, um crime.
Portanto, é importante que além, de adquirir as certificações, a sua empresa aja conforme o que propõe a lei.
Agora que você conhece a legislação que rege a gestão ambiental, entenda como funcionam os dispositivos de fiscalização.
Veja a seguir alguns dispositivos de fiscalização que compõem o SGA:
ISO 14000
A ISO 14000 é um conjunto de normas desenvolvido pela International Organization for Standardization, que em português significa Organização Internacional para Padronização, no Comitê Técnico TC 207, criado em 1993.
Para que uma empresa receba a certificação da ISO 14000, ela precisa se comprometer a seguir todas as normas indicadas pela legislação ambiental vigente no Brasil.
A ISO também pode ser compreendida como o próprio Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
Assim, para que uma empresa receba a certificação da ISO 14000, ela deve se comprometer a seguir todas as leis ambientais do país indicadas na SGA.
OSGA é composto das seguintes normas:
ISO 14001
Essa é a norma que regulamenta o tratamento dos resíduos sólidos como uma atividade da empresa. Seu dever é atuar desde a geração até seu destino final, seja a reutilização, o descarte ou a incineração.
É aplicável a qualquer tipo de organização que tem por objetivo obter um desempenho ambiental conforme a lei.
Além disso, agindo de forma legal no âmbito de preservação, é possível também elaborar soluções sustentáveis para problemas ambientais ligados à organização.
ISO 14004: Sistema de Gestão Ambiental
A ISO 14004 chegou como um complemento à ISO 14001 e funciona como um guia. Nela estão contidos os esforços do SGA, voltados para o uso interno da empresa.
Sendo assim, a ISO 14004 orienta a organização de um estabelecimento no que diz respeito a implementação, manutenção e melhoria de um sistema de gestão ambiental confiável.
As orientações fornecidas destinam-se a uma organização que procura gerenciar suas responsabilidades ambientais de forma sistemática, contribuindo para o pilar ambiental da sustentabilidade, em projetos de grande, médio ou pequeno porte.
Em 2015, a ISO 14004 foi revisada para abranger novos aspectos, entre eles a redução de custos, que gera mais economia para as empresas que adotam esse sistema.
ISO 14010: Normas sobre as Auditorias Ambientais
São elas que asseguram credibilidade a todo processo de certificação ambiental.
É recomendado que qualquer atividade definida como uma auditoria ambiental, de acordo com esta norma, satisfaça suas recomendações.
ISO 14031: Normas sobre Desempenho Ambiental
Elas contribuem com a avaliação do desempenho da organização em relação às ações que ela realiza, como também sobre a elaboração de melhorias necessárias para o bom desempenho de suas práticas.
ISO 14020: Normas sobre Rotulagem Ambiental
Seu principal objetivo é orientar o uso dos rótulos ambientais responsáveis pelas novas formas de consumo consciente e sustentável.
ISO 14040: Normas sobre a Análise do Ciclo de Vida
Abrange todos os impactos que implicam na vida útil de um produto, desde a matéria-prima da sua composição até sua utilização na reciclagem.
Além de todas essas ISOs, outras normas podem ser aplicadas à gestão ambiental.
Assim é o caso da ISO 9001, que padroniza o que a empresa produz ou o serviço que presta, estando ligada à qualidade.
Portanto, para atuar em perfeito funcionamento, sua construção precisa contar com certificado de ISO 14000.
Diante disso, vale destacar algumas práticas fundamentais de gestão ambiental extremamente importantes para seu canteiro de obras.
Práticas de gestão ambiental importantes para construção civil
Destacamos algumas práticas de gestão ambiental imprescindíveis para a construção civil:
- Gestão de resíduo sólidos; e
- Logística reversa;
Portanto, confira!
Gestão de resíduos sólidos
É um dos dispositivos de administração mais importantes a ser adotados na construção civil.
Trata-se de um conjunto de soluções que visam a prevenção e redução de resíduos, por meio de práticas sustentáveis para o reaproveitamento de materiais.
A gestão de resíduos também abrange a destinação correta daquilo que oferece riscos à saúde e polui o meio ambiente.
Portanto, esse sistema conta com metodologias e práticas de hábitos de consumo responsável que, incorporadas à gestão ambiental de uma empresa, são partes fundamentais do funcionamento de uma obra.
Sendo assim, o tratamento dos resíduos pode ser feito a partir de duas perspectivas: gerenciamento vs. gestão integrada:
- Gerenciamento ou gestão de resíduos sólidos: é um conjunto de medidas adotadas por empresas ou instituições a fim de dar a destinação correta aos resíduos gerados e como realizar seu descarte de forma responsável.
Dessa forma, essa ação visa prevenir ou reduzir os danos para a natureza e a saúde pública.
- Gestão integrada: são iniciativas que a gestão de resíduos sólidos urbanos adota para a destinação e o tratamento dos resíduos de uma forma geral. Essas ações visam o alcance de metas e estabelecem programas para a redução dos níveis de poluição causados pela indústria naquele lugar.
Essas medidas de gestão ambiental são muito importantes, pois os resíduos sólidos são materiais proveniente de produção ou construção na indústria.
Eles podem ser recicláveis, reutilizáveis ou impróprios para reúso e seu armazenamento e descarte deve acontecer de forma legal, conforme diz o Conama.
Como fazer o descarte correto desses resíduos?
Para o descarte correto desses resíduos, existe um método chamado Programa de Gestão de Resíduo para Construção Civil (PGRCC).
Diz respeito a maneiras responsáveis de descartar os resíduos, elaborar um plano e também de gerenciar esses materiais para transportá-los nas devidas condições.
Alguns dos resíduos gerados pela sua empresa podem ser perigosos, por isso necessitam de cuidados específicos desde o seu descarte até o seu destino final.
Sendo assim, o seu gestor ou engenheiro ambiental pode cuidar da contratação de uma empresa especializada em serviços de soluções ambientais.
Para tanto, você pode precisa contar com os equipamentos indispensáveis, como:
- caçambas;
- compactadoras;
- poliguindaste;
- caminhão roll on;
- rolo compactador;
- retroescavadeira; e
- pá carregadeira.
Lembrando que uma estratégia para economizar é contratar o serviço de locação de máquinas para obras e equipamentos.
Nesse sentido, vale destacar a logística reversa, que é um dos dispositivos estratégicos de tratamento dos resíduos. Veja:
O que é logística reversa?
Logística reversa, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é um instrumento de desenvolvimento econômico e social.
Ela se caracteriza como um grupo de práticas, ações e procedimentos utilizados para transformar a coleta a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos ou outra destinação final ambientalmente adequada.
A preocupação em reutilizar ou fazer o descarte de resíduos de maneira correta contribui plenamente para a preservação do meio ambiente.
Além disso, ajuda na imagem da sua empresa.
Isso acontece porque cada vez mais os consumidores estão preocupados em utilizar produtos de empresas que sejam ecologicamente corretas.
Dessa forma, compreenda:
O que é licenciamento ambiental?
O licenciamento ambiental é um conjunto de autorizações utilizadas pelo governo de um país para que um projeto de urbanismo, construção ou engenharia civil funcione.
Assim, licenciamento ambiental também pode ser compreendido como um dispositivo de fiscalização e prevenção.
Ele atua como um procedimento administrativo destinado para qualquer atividade que possa gerar poluição ou degradação ambiental.
No Brasil, essa legislação é rígida e, quando não respeitada, pode embargar obras por anos, além de gerar multas catastróficas para as empresas responsáveis.
Desse modo, dada a importância dessa autorização, entender como funciona o licenciamento é o primeiro passo para então adquiri-lo.
Por isso, preparamos este artigo, com o intuito de sanar suas dúvidas e auxiliar na aquisição desta licença fundamental para o início das obras sem interrupções e atrasos.
Sendo assim, entenda:
Como funciona o processo de licenciamento ambiental?
O procedimento para adquirir esse tipo de autorização ambiental é dividido em três etapas essenciais.
Elas dão à empresa total autonomia para executar seus trabalhos de forma responsável.
LP: Licença Prévia
Licença solicitada na fase de planejamento ou ajustes de uma obra.
Esse documento estabelece algumas obrigatoriedades para o início do projeto, como a localização e atestados, e pontua condicionantes das próximas fases do licenciamento.
LI: Licença de Instalação
Essa licença é concedida para a instalação e implementação dos projetos ambientais já aprovados e para a avaliação do cumprimento do que foi requerido na etapa anterior.
LO: Licença de Operação
É avaliado o cumprimento de todas as condições anteriores para que essa licença seja emitida e, assim, dado o início para a obra.
Qual a importância de renovar o licenciamento ambiental?
Ao adquirir sua licença, você deve estar atento à data de renovação.
Geralmente, o recomendado é solicitar um novo documento com 120 dias de antecedência.
Por isso, o vencimento da licença também implica em pagamento de multas e, em alguns casos, no embargo da obra.
Então é importante que esse documento esteja sempre regulamentado.
Com isso em mente, vale a pena conferir:
Quais as principais certificações ambientais para uma construção?
As principais certificações ambientais para uma construção são:
- Certificação LEED;
- Selo Procel Edificações;
- Certificação Aqua;
- Selo Casa Azul.
Compreenda:
#1 Certificação LEED
Conhecida popularmente como LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), é uma certificação dada pela ONG americana U.S. Green Building Council (USGBC).
A LEED serve para empresas que realizam atividades humanas sustentáveis em função de uma construção, como a economia inteligente de energia e água, além de fazer parte da gestão ambiental da obra.
#2 Selo Procel Edificações
O Selo Procel Edificações tem como principal objetivo identificar quais edificações apresentam os melhores ranqueamentos de eficiência energética, pelo menos em uma das categorias:
- envoltória;
- iluminação;
- condicionamento de ar; e
- aquecimento de água.
Assim, esse selo pode ser outorgado desde o primeiro estágio do projeto até ser válido ao final da obra. O selo é obtido pela Eletrobras.
#3 Certificação Aqua
A Certificação Aqua de construção sustentável foi criada em 2008, tendo como base a Certificação francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environnementale).
Ela foi adaptada para as necessidades brasileiras, sendo, portanto, fundamentada pelas normas técnicas de regulamentação no Brasil.
Dessa maneira, o selo consiste na avaliação de 14 categorias, que são segmentadas em três perfis:
- Base (B): prática corrente ou regulamentar;
- Boas Práticas (BP): desempenhos de boas práticas; e
- Melhores Práticas (MP): desempenho máximo nas operações de qualidade ambiental.
#4 Casa Azul
O selo Casa Azul foi desenvolvido pela Caixa Econômica Federal para a classificar os projetos habitacionais financiados por ela.
Seu principal objetivo é incentivar o manejo racional de recursos naturais e assim reduzir custos de manutenção e despesas.
Vale destacar que o selo Casa Azul é o primeiro sistema de classificação sustentável brasileiro, por isso, desenvolvido a partir da realidade do país.
São 53 critérios, subdivididos em seis categorias:
- Qualidade Urbana;
- Projeto e Conforto;
- Eficiência Energética;
- Conservação de Recursos Materiais;
- Gestão da Água; e
- Práticas Sociais.
Agora que você já sabe tudo sobre gestão ambiental, confira a seguir quais as tendências sustentáveis para o segmento:
Principais tendências de urbanismo ecológico e exemplos de construção civil
As principais tendências da arquitetura, urbanismo, engenharia e construção civil para sustentabilidade são:
#1 Uso do material em Steel Frame
O Light Steel Frame é um material conhecido no mercado como LSF. Trata-se de uma estrutura metálica leve ou construção com aço galvanizado.
Portanto, esse é um sistema inovador da engenharia civil, pois um projeto LSF se diferencia-se das construções comuns e mais tradicionais.
Assim, o LSF é uma construção a seco e não pede uso de elementos normalmente encontrados em um canteiro de obras, como cimento e tijolo.
Aqui há a utilização de concreto apenas na fase de fundação do projeto.
Dessa forma, construir casas steel frame é uma ótima opção para quem busca por sustentabilidade, pois também não demanda matéria-prima, água e mão de obra.
Sendo assim um impacto de forma positiva no ambiente, além de promover economia para a construção.
#2 Fontes alternativas de energia
Outra tendência de ecodesign na construção civil, arquitetura e urbanismo é a utilização de fontes renováveis de energia.
Certamente, as placas fotovoltaicas ou outras soluções de eficiência energética são acessíveis e podem ser aplicadas independentemente do tipo de construção.
O sistema fotovoltaico tem boa durabilidade (pode chegar a décadas de vida útil) e manutenção simples.
Por isso o resultado da aplicação pode ser conferido na conta de luz, em que, geralmente, é cobrada apenas a taxa mínima.
Exemplo de apartamentos com placas de energia fotovoltaica
A energia solar também pode ser aplicada aos contêineres ou módulos habitacionais. Quando atrelados a lâmpadas LED, tornam o projeto ainda mais econômico.
#3 Containers
Primordialmente utilizado para transporte e armazenamento na indústria, assim como para diversas atividades nos canteiros de obra, o uso de contêineres já é preferência de muitos quando se trata de economia e praticidade na construção.
Isso porque é possível utilizá-lo em ambientes como estabelecimentos ou projetos residenciais e inovar sem gastar muito.
Os contêineres foram modernizados com o passar do tempo e hoje é possível encontrar diversos exemplares, como os refrigerados e os termoacústicos.
#4 Módulos habitacionais
É bastante comum que as pessoas confundam os conceitos de contêiner e módulo habitacional; contudo, essas duas composições metálicas pré-fabricadas se diferenciam principalmente por sua estrutura.
Os contêineres são caixas mais rígidas e inflexíveis, geralmente produto do reaproveitamento dos conhecidos contêineres marítimos.
Já os módulos metálicos habitacionais são placas metálicas com a mesma composição, mas que podem ser montadas como peças em um jogo de encaixe.
Os contêineres são mais indicados para o uso em canteiros de obra e outros ambientes relacionados à construção civil.
Por outro lado, eles se adaptam melhor aos diversos tipos de construções, tais como escolas, escritórios, salas de aula e clínicas médicas.
Inegavelmente, os módulos habitacionais também podem receber acabamento mais refinado em chapa texturizada.
Veja as vantagens:
- Versatilidade para diversos projetos;
- Economia com respeito à natureza;
- Segurança aliada a modernidade;
- Economia de água com reaproveitamento da água da chuva;
#5 Economia de água com reaproveitamento da água da chuva
Um dos maiores desafios da gestão ambiental na construção civil é a redução do consumo de água e energia.
Com o método de construção sustentável é possível economizar até 40% dos recursos hídricos.
Um dos fatores da economia é o sistema de captação e reúso de um dos bens mais valiosos que, na maioria das vezes, não é utilizado pela população: água da chuva.
Essa água, quando aproveitada, passa a ser usada em descargas, limpeza doméstica e irrigação.
Para realizar esse aproveitamento, sistemas complexos ou o simples uso de baldes para captação podem, portanto, ser aplicados durante a construção do imóvel.
#6 Tijolos ecológicos
São tijolos produzidos com materiais reaproveitados ou a partir da ausência do processo de cozimento, como é o caso dos módulos de areia e cimento.
Outra tendência é a utilização de insumos vindos da construção civil, como entulho e resíduos tratados, para a fabricação de outros materiais, como areia reciclada.
#7 Concreto regenerativo
Diferentemente do concreto tradicional, esse material se regenera sozinho, graças à presença de bactérias orgânicas na sua composição.
Sendo assim, o concreto regenerativo prolonga a vida de uma estrutura, evitando rachaduras e a sua decomposição.
Esse tipo de material já está sendo utilizado em muitos locais ao redor do mundo e chega como uma nova tendência aqui no Brasil.
#8 Porcelanato líquido
Popularmente conhecido como porcelanato líquido, os pisos monolíticos são revestimentos que não possuem separação e apresentam aparência uniforme e lisa.
Esse tipo de piso sempre foi amplamente utilizado pela indústria, entretanto, hoje já é empregado nas construções residenciais.
A procura por esse tipo de revestimento tem aumentado, mas ainda é escassa em empresas que trabalham com esse serviço, principalmente o modelo 3D.
3 dicas valiosas de gestão ambiental para tornar um canteiro de obras sustentável
Veja a seguir três dicas valiosas para ter um canteiro de obras sustentável:
#1 Esteja com seus documentos em dia
Cada certificado ou documento de gestão ambiental tem o seu tempo de expirar. Por isso, esteja atento às datas e não perca o prazo de validação.
#2 Atente-se às inovações sustentáveis
Soluções sustentáveis estão sendo desenvolvidas o tempo todo. Por isso, é válido estar atento a esses avanços.
Alguns deles são:
- adaptação à topografia local;
- redução da movimentação de terra;
- preservação de espécies nativas;
- caminhos que privilegiem o pedestre e o ciclista;
- acessibilidade universal; e
- solos diversificados.
#3 Conte com ajuda profissional
Por ser uma tarefa tão importante estar em dia com a gestão ambiental de sua obra, uma dica valiosa é contar com a ajuda de uma empresa perita, que possa prestar consultoria.
A consultoria ambiental é oferecida para empresas de diferentes nichos com o objetivo de avaliar e analisar os impactos ambientais causados por um projeto específico ou por todo o desenvolvimento produtivo da empresa.
A partir dessa análise, as empresas de consultoria ambiental irão diagnosticar ações que podem ser melhoradas.
Assim visando à redução e até mesmo à eliminação dos estragos causados no período anterior à contratação.
Tanto a análise quanto os resultados são norteados pelas normas e as leis vigentes no município (é importante destacar que cada cidade possui uma legislação própria), estado e país.
Portanto, caso essas normas e leis sejam descumpridas, a empresa em questão pode arcar com multas de valores elevados e até mesmo perder a licença do negócio.
Investindo em gestão ambiental, a empresa é vista de forma consciente, tanto pelo público em geral quanto pelos clientes.
Além disso, a organização interna trabalha em harmonia com o meio ambiente, sem perder a qualidade e os recursos utilizados.
Ou seja, uma otimização de todos os processos de produção.
Chegamos ao fim de mais um artigo. Esperamos que suas dúvidas tenham sido sanadas!
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