Locomover-se em ruas, rodovias e avenidas que contam com boa pavimentação é muito bom. A facilidade na locomoção, rapidez e segurança estão ligadas diretamente à qualidade dos pavimentos das ruas.
Para que ocorra uma boa pavimentação, é necessário ter uma estrutura adequada, além da utilização dos materiais apropriados.
Talvez você ainda não tenha reparado, mas sabia que existem diferenças entre os tipos de pavimento utilizados nas ruas? Acompanhe o artigo e descubra o que é pavimento rígido e pavimento flexível!
O que é pavimento flexível?
Os pavimentos flexíveis são estruturas com múltiplas camadas; neles, a camada que tem contato direto com os pedestres e veículos terá a distribuição do peso e de esforços por toda a sua faixa de rolamento para o solo.
Em um pavimento flexível, os esforços são distribuídos em parcelas equivalentes entre as camadas, que trabalham em conjunto, evitando inúmeras adversidades e a erosão do solo.
Esse tipo de estrutura é constituída em sua camada de rolamento por concreto asfáltico. Existem máquinas específicas para a realização dessas atividades e é possível utilizar diversos tipos de misturas asfálticas para cada tipo de construção.
As misturas mais comuns são: tratamento superficial, CBUQ e microrrevestimento asfáltico. Além dessas, existem as misturas de maior resistência, como SAMI, GAP, SMA GRADED ou OPEN GRADED.
No Brasil, dos aproximadamente 213.000 km de rodovias pavimentadas, cerca de 96% são constituídas por pavimentos do tipo flexível. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfalto (Abeda), mais de 90% das estradas pavimentadas nacionais são de revestimento asfáltico.
Como o pavimento flexível funciona no canteiro de obras?
Segundo as definições do DNIT – Norma 031/2004 sobre pavimento flexível, podemos entender que:
- não é permitida a execução destes serviços em dias de chuva;
- o concreto asfáltico somente deve ser fabricado, transportado e aplicado quando a temperatura ambiente for superior a 10 ºC;
- todo carregamento de cimento asfáltico deve apresentar certificado de resultados de análise exigidos pela especificação; e
- deve trazer indicação da sua procedência, tipo e quantidade de seu conteúdo, além da distância do transporte entre a refinaria e o canteiro de obras.
Os equipamentos utilizados para este tipo de serviço também seguem as normas e diretrizes da DNIT, sendo utilizados em depósitos para ligantes asfálticos, silos para agregados, usina para mistura asfáltica e caminhões basculantes para transporte da mistura.
Além disso, há também a necessidade da utilização de equipamento para espalhamento e acabamento e equipamento para compactação.
Quais são suas principais vantagens?
De acordo com Flaviane, professora de engenharia do Instituto Mauá de Tecnologia, “o pavimento flexível requer maior número de manutenções, uma vez que possui superfície mais escorregadia quando molhada e menor índice de reflexão de luz. Porém, o pavimento flexível já possui sua tecnologia consolidada no meio técnico, o que garante uma adequada execução”.
Ainda ressalta: “sabe-se que o pavimento de concreto teve seu momento de destaque na década de 1950, e, após esse período, a produção de cimento foi direcionada à indústria da construção civil. O pavimento asfáltico foi impulsionado pelo surgimento de tecnologia em equipamentos e mão de obra”.
O pavimento flexível apresenta melhor aderência das demarcações viárias em relação ao pavimento rígido, devido à sua textura rugosa, além de ser uma alternativa mais econômica e ecológica em comparação à pavimentação rígida, diminuindo a geração de impactos ambientais negativos e preservando os recursos naturais.
E as desvantagens?
Esse tipo de pavimento possui vida útil menor que dez anos, pois temperaturas mais elevadas, excesso de chuvas ou óleos e combustíveis de veículos causam a deterioração da sua superfície com maior facilidade.Com o uso do pavimento flexível, as cargas não são distribuídas uniformemente, mas de forma vertical, forçando totalmente o solo a trabalhar e sofrendo com deformações
O que é pavimento rígido?
O pavimento rígido, como o nome já sugere, possui elevado nível de rigidez em comparação às camadas inferiores e espessura fixa em resultado da resistência à flexão das placas.
Absorvendo todas as tensões do carregamento aplicado, é conhecido por sua constituição em placas de concreto de cimento Portland. Essas placas são dispostas no solo, servindo como revestimento e base, podendo ou não ser armadas com barras de aço.
A partir da década de 1990, esse tipo de pavimentação começou a ser muito usado no Brasil, por oferecer maior durabilidade e economia ao governo, sendo ainda hoje muito encontrado em capitais como São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba.
Como principais materiais utilizados, é possível destacar: cimento Portland CP-I, CP-II, CP-III e CP-IV, agregados graúdos e miúdos, água, aditivos, materiais selantes de juntas, fibras de plástico ou de aço e barras de aço CA-50, CA-60 e CA-25.
Como o pavimento rígido funciona no canteiro de obras?
Esta norma do DNIT – 068/2004 tem por finalidade estabelecer os procedimentos a ser adotados na construção dos pavimentos de concreto de cimento.
De acordo com ela, devem ser complementadas por fiscalização ou pelo projetista responsável.
No canteiro de obras, é importante o uso de equipamentos como materiais para a mistura do concreto (betoneiras), equipamentos para a limpeza e a selagem de juntas e equipamentos para controle de pavimentação.
Quais são suas principais vantagens?
A pavimentação rígida apresenta excelentes resultados. Ela possui maior rigor em sua metodologia construtiva e maior qualidade nos materiais, quando comparada ao pavimento flexível.
Possui maior dispersão das cargas em sua estrutura, o que economiza em serviços como o reforço do subleito.
Quanto à sua manutenção, é a melhor opção, pois garante durabilidade e pouca necessidade de reparos. Apresenta grande resistência mecânica e a desgaste, não oxida ou deforma plasticamente e não forma buracos nem trilha de rodas.
Quando comparada à pavimentação flexível, sua vida útil é maior, pois pode chegar a 20 anos. Apresenta resistência à ação de combustíveis, chuvas, raios do sol e óleos veiculares e atua como impermeabilizante, pois evita que esses materiais passem para outras camadas do pavimento.
O pavimento de concreto proporciona maior velocidade de escoamento da água se comparado ao pavimento asfáltico, devido à texturização, que diminui o acúmulo de água superficial que se forma na pista nos dias chuvosos e aumenta a resistência à derrapagem.
Além disso, esse tipo de pavimentação tem maior competência na reflexão da luz, por ter superfície clara, melhorando consideravelmente a visibilidade horizontal e noturna dos motoristas, principalmente em dias de chuva.
Permite também uma maior aderência dos pneus à superfície de rolamento, em comparação ao pavimento asfáltico, oferecendo uma redução considerável na distância de frenagem.
Ele ainda consome até quatro vezes menos energia, minimiza os gastos com ar-condicionado, reduz a poluição ambiental e contribui para a economia de iluminação pública e para a redução da temperatura ambiente.
E quais são as desvantagens?
As manutenções em pavimentos rígidos são mais lentas que as manutenções em pavimentos flexíveis, sendo necessário aguardar o tempo de cura do concreto.
Outra desvantagem é a falta de empresas especializadas no Brasil, o que resulta em baixa qualidade, erros ou deficiências no controle tecnológico.
O que é pavimento semirrígido?
Conforme o Manual de Pavimentação do DNIT de 2006, o pavimento semirrígido é caracterizado por uma base cimentada por aglutinante com propriedades cimentícias.
Ele se configura como um revestimento intermediário, entre o flexível e o rígido. É formado por um revestimento asfáltico com base ou sub-base do material tratado com cimento rígido e exclui qualquer tipo de concreto.
Para este tipo de obra é possível utilizar diferentes materiais, variando conforme o tipo de pavimento ou camadas necessárias. Os mais comuns são: brita graduada simples, macadame hidráulico e seco, solo agregado e rachão.
É interessante observar também que os materiais variam de acordo com suas camadas, base, sub-base, revestimento, reforço do subleito e regularização.
Pavimento flexível x pavimento rígido: principais diferenças
Como você pôde observar, existem muitas diferenças entre a pavimentação flexível e a pavimentação rígida.
É importante entender quais são as necessidades apresentadas, baseando-se nas vantagens e desvantagens dos seus modelos e do terreno a ser trabalhado.
Diante do que foi apresentado no decorrer deste artigo, suas principais diferenças são:
- comportamento ao tráfego e resistência mecânica;
- vida útil e manutenção;
- custos de implementação; e
- segurança.
Levando em consideração todas as particularidades, é possível definir o pavimento rígido como o mais vantajoso ao se tratar de rodovias com tráfego mais intenso, pois se mostra mais econômico e benéfico, principalmente com relação à sua vida útil e aos custos de manutenção.
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